Rostos famosos, pixels deformados. Veja o que acontece quando as celebridades aparecem nos jogos.
Os video games estão evoluindo a passos largos e hoje já se apresenta como uma parte integral da indústria de entretenimento. Sua “simbiose” com o cinema é um dos aspectos mais notáveis dessa integração, promoções entre mídias já são uma prática comum: lança-se o filme, o brinquedo, o video game, a música e assim por diante, faturando alto em todos os campos.
Hoje a utilização de efeitos especiais gerados por computador são uma parte essencial das grandes produções Hollywoodianas, e por consequência, dos jogos inspirados nelas. Para tanto a tecnologia evolui constantemente para acompanhar a imaginação dos diretores e dos próprios programadores e designers que concebem novas formas e efeitos, entregando assim visuais cada vez mais espetaculares.
Com a cara e a coragem
Emprestando o seu rosto
Emprestando o seu rosto
Entre essas tecnologias está a Facial Motion Capture (captura de movimento facial) ou Performance Capture (captura de performance). Esse processo eletrônico converte os movimentos e contornos faciais e uma pessoa para uma database utilizando câmeras e scanners laser.
Uma vez “construído” esse modelo virtual, a database é utilizada para a produção de CGs (computer graphics), animações computadorizadas para utilização em filmes, jogos ou avatares — que por sua vez é reproduzida de forma análoga a da realidade. Dessa forma, além de entregarem movimentos mais realistas — que observam muito mais nuances — você também conta com reproduções mais fiéis dos rostos e movimentos de seus atores e desportistas favoritos.
Atualmente existem duas tecnologias predominantes para a captura de expressões faciais e movimentos, uma que utiliza marcadores e outra sem marcadores para a análise do sistema. O sistema com marcadores consistem basicamente na aplicação de mais de 350 pontos de referência na face do ator ou objeto, filmando-o em seguida com câmeras de alta resolução — esta foi a técnica utilizada em filmes como O Expresso Polar (Polar Express) e Beowulf.
Enquanto isso, a tecnologia sem marcadores utiliza elementos da face (narinas, cantos dos lábios, rugas, etc.) para marcar o “objeto” escaneado. Essa forma de captura concede maior “liberdade” de expressão facial dos atores, já que acompanha quadro a quadro, todos dos movimentos do rosto.
Cara a Cara
Rostos conhecidos ou desfigurados
Rostos conhecidos ou desfigurados
Nesse contexto as celebridades do cinema e os atletas, bem como os músicos por sinal, acabam emprestando seus talentos e feições para uma sorte de projetos. Se antes a carreira deles se resumia a atuar em filmes, jogar bola ou escrever uma canção, agora eles também devem aparecer em jogos de video game — cedendo a sua imagem ou participando de seções de captura facial.
E é ai que entre a história das “renderizações” de celebridades dentro dos jogos. Se muitos acabam se constrangendo com as nada galantes fotos policiais, ou os famosos flagras no mercado da esquina usando moletom, nada se compara ao vexame de aparecer de forma “deformada” em um video game.

Reparem nos personagens da imagem ao lado. Pois o pálido rapaz da esquerda é ninguém menos que o grandioso, o inigualável, o carateca, o guardião do Texas, o roundhouse kick em pessoal, Chuck Norris! Exatamente, mesmo se tratando de um jogo do Atari 2600, a semelhança entre os dois é impressionante (o pessoal da redação acredita que o risco vermelho na cabeça de Chuck não é uma faixa, mas sim a sua imponente barba).
Mas não precisa se preocupar, a tecnologia evoluiu muito desde então e hoje já podemos apresentar gráficos mais realistas, capazes de transformar os bruxinhos de Hogwarts em... zumbis famintos!

Mas nem tudo são horrores, alguns astros são bem representados no mundo virtual. Um bom exemplo é o caso de Jean Reno (aquele francês de Missão Impossível e Godzilla) e Takeshi Kaneshiro. (o salvador da Terra em O Retorno) A dupla aparece em toda a sua glória digital no famoso título do PS2, Onimusha 3: Demon Siege.
Na pele de Jacques Blanc e Akechi Samanosuke, os atores encaram uma trama fantástica que mistura magia, suspense e muita ação, mas o destaque fica por conta dos gráficos que traduzem com maestria a aparência dos dois — que por sinal também emprestam suas vozes para a dublagem dos personagens. Além disso, a produção é original, e não se baseia em nenhum filme ou algo parecido.

Paciência é uma virtude
O caminho para o sucesso
Se uns são bons e outros são ruins, alguns são ambos. Keanu Reeves já cansou de salvar o mundo, seja de demônios, de máquinas, de jogares de futebol em greve, dos próprios seres humanos, de uma guria que vai morrer e assim por diante.

Com o passar do tempo a tecnologia se desenvolveu, e a carreira de Keanu Reeve decolou. Até o surgimento da emblemática franquia Matrix, concebida pelos cineastas Andy e Larry Wachowski. Além de promover grandes avanços na computação gráfica cinematográfica Matrix, também estabeleceu novos padrões gráficos nos video games, levando seus atores para o mundo virtual e integrando os jogos com os filmes de forma singular.

O filme fez algum sucesso — e ainda correm rumores de uma continuação —, enquanto que a sua adaptação para os video games passou despercebida pelos jogadores, no entanto, essa adaptações trouxe a melhor “renderização” do baixista da banda Dogstar — Keanu Reeves.

Por falar em evolução é interessante conferir o árduo caminho trilhado por algumas franquias. Vejamos como foi a “plástica” dos vários atores que já assumiram o papel do inigualável agente secreto 007. Quem não se lembra do saudoso 007: GoldenEye, do Nintendo 64.

Coitados dos atores, todos, sem exceção, emprestaram sua imagem para a produção do jogo, isso inclui o 007 (Pierce Brosnan), as bondgirls Natalya Simonova (vivida por Izabella Scorupco) e Xenia Onatopp (encarnada pela exuberante Famke Janssen) e o bandido da vez, Alec Trevelyan, o 006 (interpretado por Sean Bean), sem contar as outras vítimas.
Deixando para trás as aberrações do passado, a franquia 007 revisita um dos filmes mais celebrados da extensa carreira “diplomática” do agente a serviço da majestade.
A versão para os video games do filme Moscou contra 007, trazia o primeiro e mais notável James Bond de todos, Sean Connery, e consigo um visual muito mais refinado, mesmo sem poder contar com as tecnologias de escaneamento facial — já que Sir. Sean Connery já passou da idade de usar ternos, aturar em comunistas e beber vodka-martini (batido, não mexido).

O tempo passou, novas versões foram lançadas (007 Nightfire e James Bond 007: Everything or Nothing), Pierce Brosnan deixou de ser o rosto de 007 nos cinemas e um novo astro assumiu o terno e o número mais perigoso do mundo. Daniel Craig estrelou 007: Cassino Royale e na continuação 007: Quantum of Solace, que ganhou uma versão para os video games.
O retorno da franquia ao cinema e aos jogos veio acompanhada de grandes reformulações, no que diz respeitos aos games, a jogabilidade foi retrabalhada e os gráficos totalmente revigorados que finalmente trouxeram uma “renderização” apropriada do agente secreto nos video games.
O retorno da franquia ao cinema e aos jogos veio acompanhada de grandes reformulações, no que diz respeitos aos games, a jogabilidade foi retrabalhada e os gráficos totalmente revigorados que finalmente trouxeram uma “renderização” apropriada do agente secreto nos video games.

A olhos vistos
Melhorando a cada anoOutro bom exemplo de evolução das “renderizações” são os jogos de esporte. Especialmente os da linha FIFA e Pro Evolution Soccer. A cada ano as franquias se superam entregando visuais e animações de alto nível.
Dos trejeitos em campo a semelhança física, culminando nos detalhes do rosto. Os atletas são recriados nos mínimos detalhes e a edição de Pro Evolution Soccer 2010, apresenta o ápice desta escalada. Bem distante de Allejo, Fuerte e seus compatriotas de International Superstar Soccer Deluxe.
Confira as comparações com a versão 2009 da própria franquia PES:
Dos trejeitos em campo a semelhança física, culminando nos detalhes do rosto. Os atletas são recriados nos mínimos detalhes e a edição de Pro Evolution Soccer 2010, apresenta o ápice desta escalada. Bem distante de Allejo, Fuerte e seus compatriotas de International Superstar Soccer Deluxe.
Confira as comparações com a versão 2009 da própria franquia PES:


Eu mudei, mas os meus cabelos...
Estilizado mas parecido
Slash, Tom Morelo, Sting, Carlos Santana, Ozzy Osbourne, Zakk Wylde e até mesmo Kurt Corbain, Johnny Cash e Jimi Hendrix são apenas alguns dos cantores que já passaram pela série Guitar Hero, todos muito parecidos, mas com detalhes extremamente estilizados.Uma saída inteligente para os problemas de transposição do real para o virtual é a utilização de gráficos estilizados. Filtros ou opções artísticas diferentes dão um toque especial ao título. Um dos maiores representantes dessa fórmula é a franquia Guitar Hero, que a cada edição vem trazendo novos convidados especiais.
Os astros passam por várias seções de captura de movimento — para que seus trejeitos e traços físicos sejam devidamente reproduzidos — e então recebem um tratamento gráfico especial, assumindo um estilo peculiar, próprio da série, mas mantendo a sua fisionomia e grande parte do seu “comportamento físico” (modo de andar, tocas o instrumento, de se portar no palco e assim por diante).

Outro bom exemplo é o recente Brütal Legend, que traz as feições e trejeitos do ator Jack Black, porém com um tom cartunesco, a semelhança está presente no traço, mas os gráficos estilizados escondem o realismo. Por sinal, Jack Black não é o único presente em Brütal Legend, também emprestam suas vozes e aparencias Lemmy, Rob Halford, Lita Ford e Ozzy Osbourne, entre outros.